Categoria: cruzes

divertido.

Deve ser muito difícil trabalha em um lugar assim…

Ou, os colaboradores do maior site de busca da internet fazem figuração quando da visita de algum jornalista e devem odiar esse ambiente parque de diversões.

Estou falando do google e sua nova sede inaugurada em São Paulo no último 15 de janeiro.

Será que é inveja nossa? Bom, vejam as imagens de matéria feita pelo site uol e tirem suas próprias conclusões. Nesse link aqui ó: google

Ira skinhead?

Em conversa de corredor nessa tarde com um amigo adorador da cultura pop dos anos 80, tivemos a conclusão que uma das músicas mais tocadas da banda Ira na década da ombreira e do batom boca lôca tem um agressivo perfume racista.

Não sabemos se o autor na época tinha itenção em agredir o paulista da gema ou os milhões de migrantes e imigrantes que residem na maior cidade da América Latina. Mas a letra não mente. Vejam;

Pobre Paulista

Ira!

Todos os não se agitam
Toda adolecencia acata
E a minha mente gira
E toda ilusão se acaba

Dentro de mim sai um monstro
Não é o bem, nem o mal
É apenas indiferença
É apenas ódio mortal

Não quero ver mais essa gente feia
Não quero ver mais os ignorantes
Eu quero ver gente da minha terra
Eu quero ver gente do meu sangue

Pobre São Paulo,
Pobre paulista, Oh, Oh
Pobre São Paulo,
Pobre paulista, Oh, Oh (Repete desde início)

Eu sei que vivo em louca utopia
Mas tudo vai cair na realidade
Pois sinto que as coisas vão surgindo
É só um tempo pra se rebelar

Pobre São Paulo,
Pobre paulista, Oh, Oh
Pobre São Paulo,
Pobre paulista, Oh, Oh (Repete desde início)

Parou, pensou e chegou … a essa conclusão

Pobre São Paulo,
Pobre paulista, Oh, Oh
Pobre São Paulo, pobre paulista…
Pobre São Paulo, pobre paulista…
Pobre São Paulo, pobre paulista…
Pobre São Paulo, pobre paulista…

Na mesma internet que fiz copy da canção acima, achei ainda um site bem simpático chamado Análise de Letras a qual um grupo realiza comentários de uma letra/obra. Nesse caso, 46 (quarenta e seis) loucos sentam o pau na criação do Nazi, Edgard Scandurra e equipe.

Leiam, ouçam e vejam no clipe abaixo. Após, se quiserem é óbvio, tirem suas próprias comclusões acerca de um dos maiores sucessos do chamado rock Brasil pós ditadura militar.

 

Mais um?

Na categoria “lugares que já foram muito bom e agora se tornaram difíceis” lamentavelmente tenho de incluir o tradicional Caneco Gelado do Mário.

Quase um ponto turístico, ou seria patrimônio, da minha Niterói, o boteco que vende o melhor bolinho de bacalhau do universo tá sofrendo de crise de identidade.

O carro chefe da casa está custando a fortuna de R$5,00 (cinco reais), reduziu o tamanho e segundo uma amiga chef de cozinha com o paladar mais apurado o danado do bolinho de bacalhau está recheado com bastante cebola.

Não entrarei no mérito que seus salões estão decorados com peixes de porcelana (?), âncoras de madeira, pinguins (???) e bichinhos de pelúcia de gosto mais que duvidoso… Aquela aura de boteco ficou definitivamente para trás.

Nas categorias “nem tudo está perdido” e “nem toda a mudança é para o pior” levanto da cadeira e bato palmas para os banheiros que estão dignos, amplos e limpos.

No mais, o atendimento continua ruim para manter o folclóre do lugar, a cerveja bem gelada, estão aceitando todos os cartões inclusive vale refeição, e mesmo com todas as ressalvas anotadas acima, que tenho certeza não mudará em nada a fama do Caneco, vale sim a visita. Principalmente daquele leitor amigo que visitará Niterói e tem o interesse em provar os pratos típicos da região.

Mas o bolinho… Realmente não é mais aquele.

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Caneco Gelado do Mário – Rua Visconde do Uruguai, 288, Centro  Niterói – RJ, Telefone: (21) 2620-6787.

CCBB de ressaca!

Ao visitar o CCBB no início da noite de hoje foi inevitável não sentir aquele cheiro estranho de ressaca…

O melhor centro cultural do Rio após receber durante 04 (quatro) meses a bombástica expo “Impressionistas” estava com suas paredes dizendo que debaixo daquele teto todos estão estafados.

Pela primeira vez na história, pelo menos a deste que vos escreve com aquele espaço, senti um certo desânimo naquela rotunda que normalmente nos encanta. Sem apresentações teatrais, sem cartazes da próxima grande atração, sem o tradicional cheiro de café e pão de queijo da lojinha do térreo, sem os casais que costumam fazer pegação naqueles bancos e atrás das colunas romanas, e pasmem, o lugar estava completamente vazio. Sem a consideração de ser férias escolares e dos 20 milhões de gringos que invadem a cidade nessa época do ano…

Confeso que saí de lá triste, sem recarregar a mente com as novidades que alí normalmente se concentram.

O que houve com aquele espaço? O que rolará de novo por lá????

Até a Livraria da Travessa estava com cara de velório. Os vendedores com sua vaidade costumeira e a sempre cara de “conteúdo engajado” de morador de Santa Teresa discorriam um papo brabo de insônia que me fez correr daquele aquário.

Para não correr o risco de sair no 0x0 (zero à zero) enchi a mochila com os folders e mica cards de sempre (foto abaixo) para que minha relação com aquele prédio não fique arranhada por conta da sua má fase.

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E o Carnaval heim!?

Então.

Após muita expectativa (como todo ano…), o Carnaval chegou prometendo ser o melhor já vivido. Muitos blocos, todos os amigos animados, aquele cheiro da época já exalando no ar, a cidade lotada,  mais de 424 blocos de rua agendados para sair, o SAARA bombando de folião atrás de fantasias, e a certeza que os próximos dias seriam inesquecíveis.

Ledo engano…

Na semana da Festa da Carne vem a chuva que estava sumida à 50 dias já dando uma esfriada no clima de verão que a cidade gosta muito; Após o incêndio que destruiu três barracões de grandes escolas do especial, tinha o sentimento de um desfile pouco mágico e uma disputa morna (odiamos a Beija Flor do Roberto Carlos como campeã esse ano. Mó forçação de barra!!! O que era aquela comissão de frente do Carlinhos de Jesus com a grandona da Cláudia Raia saindo de um caixa. Celebração de mau gosto como o homenageado); E logo no Bola Preta, roubaram minha carteira (depois eu conto a saga).

Confesso que o clima do carnaval foi uma delícia. Em cada esquina via-se uma multiudão fantasiada ou um grupo de meia dúzia fazendo um batuque bacana com um bloco para chamar de seu. Mas a desorganização e o bairrismo ainda são a tônica negativa dessa nova e maravilhosa fase do carnaval de rua do Rio. Explico.

Menina dos olhos das autoridades municipais, os blocos de rua cresceram e apareceram (como já falamos por aqui) que os mais tradicionais e alguns lançados recentemente se tornaram verdadeiras romarias de gente  andando atrás do som perdido, os banheiros que não foram suficientes, e os bairros residenciais (com toda sua razão) que já colocaram suas Associações de Moradores para movimentarem ações contra o vandalismo e o impacto causado a cada desfile de uma nova e/ou velha agremiação.

Quando falamos em desorganização, entendo que o momento presente é muito importante para a cidade e a industria do turismo desta. Uma vez que, tanto se fala da boa imagem que o Rio tem de passar para o Brasil e o Mundo. Lê-se Olimpiadas e Copa. O que vimos nos dias da folia de momo, a coisa ainda tá meio morna por aqui e beira o amadorismo. Não sei onde colocaram os milhões arrecadados com patrocínio (tinha até cabine de telefone do chiclete trident com câmera a-lá BBB enviando mensagens live para seu canal no youtube. Pode?) ???

O que foi a decoração das ruas? Muito para aprender com Recife e sua magia… Aquelas bolas coloridas definitivamente foram de enorme mal gosto e pouco capricho com a festa. O que evidencia o excesso de valor aplicado a cerveja patrocinadora. Já que as cores utilizadas lembravam a “boa” da AMBEV.

 Já falamos que os banheiros eram poucos para o número de pessoas, e a única coisa que a TV mostrava de ação da prefeitura foram as prisões de quase 700 mijões e mijonas que aliviaram suas “tensões” na via publica.

O bairrismo de alguns blocos, ou quase todos, da zona sul que não querem sair daquele quadrilátero nem que a vaca turssa, causaram transtornos aos montes aquela “pobre” população.

Enfim.

Nas entrelinhas acima vimos que os problemas do Carnaval de rua são banais e bem fáceis de serem resolvidos. Basta, o que falta, é vontade, pulso firme, e gastar com coerência os valore$ arrecadados.

A medida que a festa cresce, nota-se que o carioca está deixando de viajar nessa época do ano e mais pessoas estão vindo pra cá. E o dinheiro que antes era gasto em abadás, ou na cerveja bilionária das areias de Búzios hoje vai para a loja de fantasia do merecado popular, para os bares e restaurantes da cidade e para os izopores que matam nossa sede no meio do bloco.

Assim como é no Sambódromo, tem de haver organização e estrutura profissional para o carnaval das ruas do Rio. Não precisa de grade, arquibancada ou cobrança de ingressos. Pois esse lado da festa é para todos, e tem que continuar sendo.

Oi gente…

Alimentado por milhões de emails recebidos e a louca de vontade de escrever muito, voltamos a esse blog preferido de uma galera para dizer que (de novo) voltamos e não ficaremos mais restritos ao twitter (mordemos nossa língua, lembra?).

Não sabemos se o parágrafo acima será cumprido à risca, o blog é feito por seres humanos que trabalham muito, vocês sabem.

Mas nessa nova fase de sabão?, as idéias estão renovadas, os acontecimentos borbulham, e os projetos continuam saindo do papel e virando realidade. E o sabão?, em 2011, volta com o pé fincado nesse chão querendo ser diferente mas com as mesmas análises ácidas que fazem sucesso no mundo todo!

Feliz Ano Novo!!! Feliz sabão? novo!!!

acabou.

logo no primeiro passeio pelo twitter (é senhores, mordi minha língua. o que antes falava mal, agora não vivo sem. viciei…) na manhã de hoje, vejo vários frequentadores do microblog com a notícia que hoje saiu a última edição impressa do jornal do brasil.

confesso que inicialmente fiquei triste, perplexo. e principalmente curioso em saber como um conglomerado da informação fora acabar. restando apenas uma rádio de repetidas músicas (ouvir a jb fm é a tarefa mais difícil que alguém possa ter…) e um site de notícias.

logo após o susto, silenciei por alguns segundos… e depois veio uma doce recordação da minha história com o falido jb. lembrando do período a qual estava prestando vestibular e decidi assinar o noticiário de papel.

naquela época, fui colocado, através daquelas entrelinhas, em todos os acontecimentos do mundo. de maneira imparcial (ainda era), clara, inteligente, e completa (lembro que alguns amigos diziam que cada matéria do JB era uma tese de mestrado. de tão grande eram seus textos) sabia todo o movimento do brasil sem mesmo ter saído de Niterói e sem acesso diário a grande rede.

comecei minha paixão pela revista domingo. a qual meu tio trazia todo primeiro dia da semana pela manhã após seu plantão no aeroporto do galeão. lia página por página. ela detalhava de maneira simpática e leve o comportamento do carioca, seu cotidiano e as novidades que apareciam na cidade e nas suas vizinhas. era gostoso de ler. tanto que influenciou outras publicações de sucesso hoje (num é revista do o globo?).

depois veio a paixão pela revista programa (acredito ser a pioneira nesse seguimento). pois minha fase de noitada estava bombando… queria saber o preço do ingresso e onde estava vendendo para a próxima valdemente, quem tocaria na “até que enfim é sexta-feira” ao lado do felipe venâncio na dr smith, onde estava passando o filme em cartaz naquela semana, e qual seria o carro chefe do restaurante que ninguém ainda sabia que existia. não era só um guia de entretenimento, tinha dicas, críticas, as ilustrações da mariana massarani (algumas recortei e tenho guardadas até hoje), a reportagem de capa com um tema a ser mais aprofundado, e toda aquela atmosfera cool que só o jornal do brasil sabia ter.

além das duas revistas, meu vício posterior foi o caderno B. corria para a coluna da danuza e dava gargalhadas com sua cobertura ácida a partir dos eventos da alta sociedade carioca. arthur dapieve, veríssimo, millôr fernandes, joão ubaldo ribeiro, as tirinhas do cláudio paiva (aprendi a desenhar alguma coisa copiando os traços dele), e as contundentes críticas musicais do tárik de souza. saudade de tudo.

lógico que a partir daí, comecei a pegar um vicioso interesse por política, pelas decisões tomadas mundo afora, e pela economia. quando percebi, havia aberto uma incrível e fascinante janela na minha mente. e o meu interesse por leitura, a partir do jornal do brasil, cresceu, apareceu, e está a todo vapor até os presentes dias.

fico triste. um jornal que fazia diferença foi acabar de maneira absurda e por que não, costumeira. pois, se fizermos uma rápida pesquisa, concluiremos que empresas de família (o jb era uma) tem o prazo de validade reduzido. a ganância, inveja, as brigas internas, ações judiciais, e o desejo em acumular bens e riquesas coloca em cheque o crescimento e a perfeita manutenção de grandes e importantes empresas do país.

fluminense tecidos, sendas (salva pela compra feita pelo grupo pão de açúcar), unibanco (salvo pela compra feita pelo itaú), o ponto frio (salvo pela partilha da casas bahia) e por aí vai pois não lembro de outras agora.

assim como outras finadas publicações, o jornal do brasil entrou para história desse país. é lamentável ainda, que no rio de janeiro não tenha outros grandes jornais para cumprir claramente o papel que ao inaugurar nas bancas o jornalista chefe propõe e promete.   

o que ficou por essas bandas foi o noticiário raso, popularesco, sem autonomia, sem independência, sem critérios, e sem vergonha.

que lástima.

tem que ser profissional.

fala queridos!

milhões de notícias invadem nossas residências diariamente. nas últimas semanas a que mais abalou bangu, ititioca, cocotá e itapecirica da serra é a misteriosa morte da ex-amante do goleiro bruno (racha minha cara de vergonha….).

além das mil piadinhas-spam que recebemos diariamente sobre o tema, o jornal nacional, da record, band e globo news não falam de outro assunto. fiquei até preocupado a quantas andava o debate dos candidatos a presidencia da nossa república…

um crime mais confuso que fila de banco no dia 05; onde tem mais personagens que a ilha de lost; com um delegado-chefe de incompreensível discursso; e enredo dígno as barbaridades cometidas por jason e jack stripador. deixa, a cada novidade descoberta pelos investigadores, a população de queixo caído e cabelo em pé.

não reservaremos este post de retorno as atividades do blog para dizer que o goleiro deveria fazer isso ou aquilo, ou que ele tá certo ou errado. pois julgado ele já está sendo por todos e em breve será pela justiça do homem. como dizia o outro, o sabão? segue a máxima: “não julgueis para não seres julgados”.

o que falaremos aqui, é sobre o comportamento e a trajetória desses heróis dos gramados. que num estalar de dedos mudam seus cardápios de ovo frito com arroz e feijão para rodízios no porcão da barra. da integração ônibus- trem para conversíveis importados com ar condicionado e banco de couro. além é claro, da clássica boazuda “maria chuteira” que é exibida ao seu lado nos eventos da onda. com suas curvas torneadas nas academias da moda, cabelo louro intenso, e look com combinações de gosto duvidoso.

o raio x do dito herói informado acima não é novidade para ninguém. assim como, para os leitores espertos desse respeitado blog, que jogador de futebol só se mete em furada.

parece que é o carma da profissão.

é a falta de informação e educação?

ou falta jogo de cintura, que inicialmente é gasto em campo?

ou nenhuma das questões listadas?

o que é fato, e todo mundo sabe, que essa galera de chuteira e meião é vitima de uma sindrome carregada de vaidade, luxúria, fama, exibicionismo, irresponsabilidade e ignorância.

não me conformo com a prática de que jogador de futebol tem de ter o nível de escolaridade baixo. não tem nada mais anos 80 que isso… os nobres podem nos dar exemplos de sucesso como sócrates, kaká, e zico. mas não tem jeito, os crimes absurdos cometidos a nossa língua portuguesa a cada entrevista é de doer os ouvidos.

o ter para essa galera, é mais importante que ser. mas as vezes, de derrepente, ser alguém ou alguma coisa vale a pena.

explico dividindo em categorias.

na categoria ser, o futebol que prima pelo resultado do coletivo a cada dia exalta um novo rei e seu requebrado nos dribles. fomentando o capricho idiota que sem o mago do time a equipe periga perder essa ou aquela partida.

e na categoria ter… bem. nessa categoria, já listei acima o que realmente importa (mulheres louras, carro importado e churrasco do porcão barra) para os atuais e os aspirantes a jogadores de futebol.

no país da bola, ora chamada de jabulani até mês passado, o leque de sonhos é bem vasto em várias areas de atuação. por mais engraçado que tenha sido algumas palavras aqui escritas, confeso que tenho dó da história que alguns desses meninos querem construir para suas vidas. afinal de contas, correr atrás de uma esfera de couro e lançá-la em uma rede de material sintético com o objetivo em participar de orgias, sair na caras, e ser convidado para camarote no sambódramo. definitivamente é um tipo de sonho bem questionável.

por favor não é discursso do bom samaritano não, tá?!

ca-ram-ba.

já perceberam nesses 2 (dois) anos de sabão? que sempre nessa época (entre abril e julho), este que não lhes escrevem há um bom tempo fica de palhaçada com o teclado?!

é tanta coisa. mas tanta coisa.

vamos lá então né?!

anota a nota.

foto do jornal extra on line.

Nota de esclarecimento

Nós, moradores de favelas de Niterói, fomos duramente atingidos por uma tragédia de grandes dimensões. Essa tragédia, mais do que resultado das chuvas, foi causada pela omissão do poder público.  A prefeitura de Niterói investe em obras milionárias para enfeitar a cidade e não faz as obras de infra-estrutura que poderiam salvar vidas.  As comunidades de Niterói estão abandonadas à sua própria sorte.
Enquanto isso, com a conivência do poder público, a especulação imobiliária depreda o meio ambiente, ocupa o solo urbano de modo desordenado e submete toda a população à sua ganância.
Quando ainda escavamos a terra com nossas mãos para retirarmos os corpos das dezenas de mortos nos deslizamentos, ouvimos o prefeito Jorge Roberto Silveira, o secretário de obras Mocarzel, o governador Sérgio Cabral e o presidente Lula colocarem em nossas costas a culpa pela tragédia. Estamos indignados, revoltados e recusamos essa culpa. Nossa dor está sendo usada para legitimar os projetos de remoção e retirar o nosso direito à cidade.
Nós, favelados, somos parte da cidade e a construímos com nossas mãos e nosso suor. Não podemos ser culpados por sofrermos com décadas de abandono, por sermos vítimas da brutal desigualdade social brasileira e de um modelo urbano excludente. Os que nos culpam, justamente no momento em que mais precisamos de apoio e solidariedade, jamais souberam o que é perder sua casa, seus pertences, sua vida e sua história em situações como a que vivemos agora.
Nossa indignação é ainda maior que nossa tristeza e, em respeito à nossa dor, exigimos o retratamento imediato das autoridades públicas.
Ao invés de declarações que culpam a chuva ou os mortos, queremos o compromisso com políticas públicas que nos respeitem como cidadãos e seres humanos.
Comitê de Mobilização e Solidariedade das Favelas de Niterói
Associação de Moradores do Morro do Estado
Associação de Moradores do Morro da Chácara

a maior segunda-feira do ano.

já virou lugar comum dizer que a segunda-feira, 05 de abril de 2010, foi o dia que o Rio definitivamente parou.

você caro leitor, também já deve ter lido, visto e derrepente vivido situações complicadas nesse dia/noite que tá dando pano pra manga até agora.

como o trabalho aqui é informar meu cotidiano nessa selva de pedra que temos residência fixa, sinto-me obrigado a relatar a saga de 10 horas na volta para casa nesse fatídico dia.

quando as pessoas perguntam o porque fiz questão de voltar para meu lar, informo aos senhores que realmente não tinha dimensão do colapso que me aguardava nas vias públicas mais importantes da cidade.

peguei um coletivo vindouro de jacarepaguá na passarela 6 da av. brasil, principal via expressa do rio, extamente às 20:40 min. a tal passarela é a famosa em frente a fundação oswaldo cruz FIOCRUZ. fiquei feliz. e acreditando que minha epopéia poderia ser apelidada de mini-epopéia. uma vez que, se o ônibus que peguei chegasse logo ao seu destino (praça XV) pegaria uma barca e logo logo estaria na hoje famosa niterói.

lêdo engano. o veículo passou rapidamente pela brasil e logo chegou na rodoviária novo rio. dali, não mais saiu.

eram 21:00 horas em ponto. pela janela via-se um rio passando acima das rodas do carro a qual estava. o mesmo não ia pra frente e muito menos para trás. descer, nem pensar. perigava ser arrastado pela correntesa. pelo nó que se encontrava o trânsito e a chuva que não dava um só minuto de trégua, a pergunta que passava na cabeça de todos os passageiros inclusive na deste que vos escrevem era o que farei la fora?

lentamente a hora passava. o motorista manteve o carro ligado para que o mesmo não morresse. contribuindo dessa forma, com o desconforto e nervoso por estar ali, naquele lugar. com fome, sede, sono, frio, e muito nervoso por querer logo chegar em casa e poder finalmente descansar de verdade e merecidamente.

para encurtar a história, eram 2:40 da manhã quando o coletivo começou a voltar andar lentamente. o motorista, para nossa sorte, repetia com orgulho que amava fazer bandalha. principalmente para chegar mais rápido a seu destino final. nesse momento, o sorriso volta tímido ao meu rosto.

desci no ponto final, e logo peguei o transporte  de número 100. que aqui em niterói chamamos de “toda hora tem“. mais um momento que meu sorriso volta a brilhar naquela madrugada fria, chuvosa, e tortuosa.

transcorreu o caminho perfeitamente. apesar desse condutor, diferente do anterior, não se preocupar muito com o tempo e a pressa dos milhares de trabalhadores famintos e encharcados residentes nos bancos daquele coletivo. parecia ônibos de turismo em cidade histórica, com direito a locução e tudo.

finalmente a ponte. o susto era passado, pois percebemos que o trânsito na via apelidada no passado de “o milagre da engenharia” transcorria tranquilamente. deu até para tirar um merecido e despreocupado cochilo, já que a casa estava próxima e breve estariamos tomando uma chuveirada quente e consumindo um alimento reconfortante para o equilibrado relaxamento.

mais uma vez, lêdo engano.

ao chegar na praça do pedágio, pára todo o trânsito mais uma vez.

só ali, na frente de caminhões de transporte de cargas, ficamos exatamente mais 1:30 min parados.

chega-se no terminal de ônibus. o lugar parecia pátio de fábrica na hora do lanche. LOTADO de trabalhadores. esperamos mais uns 30 minutos, e logo logo mais um tímido, porém cansado, sorriso no canto do meu rosto. veio o coletivo que passa em frente a minha residência.

pequena comemoração dos populares (olha eles ai de novo!!!!) e sorriso tímido em todos os rostos.

debaixo da chuva insistente, seguimos rumo ao nosso destino.

calma aí. tá pensando o que?

lêdo engano mais uma vez…

a chuva que assolou o Rio de Janeiro aquela noite, também passou e ficou um bom tempo em Niterói. derrubando barreiras, alagando ruas, fazendo motoristas abandonarem seus carros, e não deixando a terra de araribóia de fora do caos que estava sendo distribuído a qualquer terreno.

andamos algumas quadras, até chegar no início da avenida do contorno. e ali ficamos. tudo alagado. em qualquer via que tentava-se um caminho alternativo, tinha um bloqueio de carros de passeio abandonados ou de uma piscina com água até acima do joelho. mais uma vez, sem opção.

a situação foi bem crítica, como poderam ler. mas para o complete, lhes informo que adentrei em meu lar por volta das 7:10 da manhã da terça-feira, 06 de abril de 2010.

dores nas pernas, fadiga, cansaço, fome, sede, desespero, nervorsismo, dúvida, frio, ansiedade. solidariedade, conversa, partilha, preocupação da família e amigos, celular, música, oração, e fé de que nada de ruim acontecerá.

Foram esses sentimentos, reações e elementos essenciais para sobreviver as temidas 10 horas vividas por este que vos escrevem a dois anos para chegar em casa na última segunda-feira dia 05 de abril de 2010. o dia do caos.

como não poderia deixar de ser, seguem algumas fotos do cansativo e superado teste de resistência. carros abandonados, o cansaço dos passageiros, a janela do abafado ônibus toda embaçada.

fato que desencadeou…

o post abaixo, fora incentivado por um email desabafo de um querido brother que tivera uma manhã daquelas por essas bandas. niterói tá um caos em todo o significado que essa palavra pode traduzir.

agora a pouco, de saideira, ficamos sabendo que o centro daquela cidade e todos os bairros estão sendo invadidos por todo tipo de violência em suas esquinas. quebra quebra, correria, comércio fechado, bombas caseiras, etc. os veículos de comunicação tradicionais divulga o que a assessoria de imprensa do 12º batalhão da PM local envia por ofício, “que nada passa de boato“. ficando a palavra e o desespero da população mais uma vez manipulada pelo poder do estado e dos empresários do 3º poder.

voltando ao blog. segue o email, que desencadeou o post sobre minha niterói e o comportamento embaçado de seus moradores diante a realidade da sua cidade:

Amigos desculpem pelo desabafo.

Amigos, essa tragédia que aconteceu em Niterói reforça o que venho dizendo já a muito tempo. Niterói está um lixo!!! A cidade está sendo detonada aos poucos. Quero saber quem paga essas pesquisas onde Niterói é apontada como cidade campeão no estado em qualidade de vida. Tá de sacanagem!

O Sr. Jorge Roberto Silveira, entre mandatos contínuos e alternados, ocupa o poder nesta cidade a 20 anos! Ele e seus asseclas…

Nesse tempo que medidas foram adotadas para a contenção de encostas? Que medidas foram adotadas para frear a favelização e ocupações irregulares? NADA!!!

Agora, milhares de obras foram autorizadas. Prédios e mais prédios são erguidos em locais onde moravam poucas famílias. A cidade está inchando e não há estrutura pra isso. Não temos ruas, avenidas e vias suficientes para suportar essa demanda.

E que ninguém venha me falar sobre o corredor viário por que é uma obra financiada pelo PAC!

A tempos que a região oceânica precisava de um posto de atendimento médico decente e esse senhor nos oito primeiros anos do seu mandato não teve a iniciativa para fazê-lo. O posto foi construído na gestão do PT com recursos do governo federal.

Hoje pela manhã eu vi uma entrevista do Secretário de Obras de Niterói ao Bom Dia Brasil. Quando perguntando o que o governo de Niterói faria de imediato para remover as pessoas das áreas de risco ele respondeu o seguinte: “tentar entrar em contato com governo federal para levantar recursos”. Pobres cidadãos….

Ainda hoje, pela manhã, o nosso prefeito deu uma entrevista para a Band News FM. O repórter perguntou: “Este é o seu terceiro mandato senhor prefeito. O senhor não se sente culpado já que poderia ter evitado essa tragédia através de obras de contenção e criação de políticas quem evitam a ocupação de morros e encostas?”
Resposta: “Esta é a terceira vez que o povo de Niterói me elege. Mereço estar no cargo.”
De enlouquecer né não???

Pra finalizar, dois dados importantes:

Niterói é muito menor do que a cidade do Rio de Janeiro e tem quase o dobro das mortes! Coincidência?

Eu, tentando chegar ao trabalho, rodei por toda a cidade de carro tentando chegar as barcas pra ir trabalhar. Não consegui e acabei parando meu carro na casa da minha amiga Patrícia do lado do Abel. Passei pela região oceânica, cubando, largo da batalha, charitas, icaraí, santa rosa, ititioca…… vi cenas inacreditáveis. A ilha de Lost, hoje, é Niterói!

Há uma forma de fazer com que pessoas como o Sr. Jorge Roberto Silveira – O prefeito tamanduá – não faça parte da vida política desse país. Pelo nosso voto! Pensem antes de votar nesse cidadão.

E se vocês tem outros colegas que moram em Niterói, por favor, repassem meu email para essas pessoas.

Vamos ter consciência política galera. A hora é agora!!!

Abraços a todos.

juro que tentei.

tá difícil trabalhar com o wordpress, a qual hospeda nosso blog. tentei por inúmeras vezes colocar a foto do posto 6 tirada no último sábado de aleluia e não tive sucesso. sem contar, as vezes que não conseguimos carregar a página para atualizar as informações passadas aos senhores. tá difícil, tá difícil.

segue abaixo, a tentativa número 11 em colocar a imagem captada em meu celular no sabadão do feriado. 1, 2, 3, vai…